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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Estrangeiros devem gastar US$ 2,9 bi em SP no ano, diz pesquisa

Estrangeiros devem gastar US$ 2,9 bi em SP no ano, diz pesquisa

27 de maio de 2013 | 11h32 | atualizado às 11h36

A cidade de São Paulo alcançou a primeira colocação em gastos de visitantes internacionais com uma estimativa de receber US$ 2,9 bilhões em 2013, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela MasterCard. O levantamento aponta que US$ 14,7 bilhões serão gastos por turistas em toda América Latina.

A pesquisa aponta que a capital paulista ficou a frente da cidade do México, que deve receber US$ 2,2 bilhões. Em 2012 o ranking era liderado por Buenos Aires, que recebeu cerca de US$ 3 bilhões, segundo a MasterCard.

O levantamento ainda aponta que a Cidade do México deve receber 3,1 milhões de turistas em 2013, sendo a cidade da América Latina mais visitada por estrangeiros. Na sequência estão Buenos Aires (2,6 milhões), São Paulo (2,4 milhões), Lima (1,8 milhão), San Jose (1,4 milhão), Rio de Janeiro (1,4 milhão), Bogotá (0,9 milhão), Montevidéu (0,7 milhão), Quito (0,6 milhão) e Caracas (0,5 milhão).

Estudo aponta os bairros de São Paulo preferidos pelos estrangeiros

Estudo aponta os bairros de São Paulo preferidos pelos estrangeiros

Os franceses solteiros, por exemplo, optam por bairros mais badalados e com vida noturna, como Alto de Pinheiros, Pinheiros e Vila Madalena


 
Um levantamento feito por uma consultoria especializada em mobilidade global apontou quais são os bairros da cidade de São Paulo preferidos pelos estrangeiros. Segundo a empresa EMDOC, de modo geral, as preferências estão atreladas à cultura de cada estrangeiro e muitas vezes, até ao estado civil. Os casados, com filhos, por exemplo, preferem os bairros mais seguros e com opções de lazer, como é o caso da Vila Nova Conceição, região procurada devido à proximidade do parque do Ibirapuera.

Os bairros Alto da Boa Vista e Granja Julieta também são muito escolhidos por casais com filhos, segundo o estudo. A proximidade das escolas internacionais e centros empresariais e a segurança e a infraestrutura oferecidas pelos condomínios fechados se mostram importantes no momento da escolha. Além destes três bairros, o Morumbi - que, hoje em dia é menos procurado, segundo o levantamento, devido ao trânsito e à falta de segurança - também se adequa ao perfil. Entre as nacionalidades, os alemães são predominantes nestes bairros.

Na região do centro, o bairro Higienópolis é o preferido dos israelenses, que optam pelo local devido à proximidade da comunidade judaica. Os japoneses, por sua vez, elegem o bairro da Liberdade pela grande concentração de imigrantes do País.

Os franceses solteiros optam por bairros mais badalados e com vida noturna, como Alto de Pinheiros, Pinheiros e Vila Madalena. Já os casados e com filhos preferem a Vila Mariana e a Chácara Klabin, devido à proximidade da escola francesa. Os americanos preferem o Alto da Boa Vista, em função da infraestrutura, do espaço e do luxo dos imóveis.

De acordo com o levantamento, atualmente, o Brasil recebe mais de 70 mil imigrantes ao ano. Deste total, grande parte está concentrada em São Paulo. Só no ano passado, 30 mil ingressaram no mercado de trabalho local, especificamente nos setores bancário, eletrônico e farmacêutico. 

Governo simplifica processo para estrangeiros trabalharem no Brasil

 

 
Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo facilitou as normas para autorizar estrangeiros a trabalhar no Brasil. De acordo com as regras, publicadas hoje (17) no Diário Oficial da União, o processo de documentação exigido tanto às empresas contratantes quanto aos trabalhadores foi simplificado. Outra medida de estímulo ao recebimento de mão de obra estrangeira é a normatização para a concessão de visto a estudantes de mestrado e doutorado em período de férias, para atividades temporárias (até 90 dias), sem prorrogação.
No caso dos trabalhadores, a simplificação foi feita por meio da aceitação do envio de documentação via internet, desde que garantidas segurança e autenticidade. Esses dados digitalizados serão armazenados na Coordenação Geral de Imigração (CGIg) do Ministério do Trabalho e Emprego. Se o trabalhador em questão vier trabalhar no Brasil por meio do vínculo entre empresas – como grupos ou conglomerados – também são dispensadas uma série de documentos de comprovação do vínculo associativo.
A partir de agora, o trabalhador ainda poderá obter a autorização de trabalho no país ainda que sua remuneração seja inferior à que recebia no país de origem. De acordo com a resolução que disciplinava a autorização de trabalho a estrangeiros até então, isso não era permitido.
Em relação à documentação das empresas, haverá isenção da apresentação, ao Ministério do Trabalho, de termo de responsabilidade por meio do qual assumem quaisquer despesas médicas e hospitalares do estrangeiro contratado. No total, a quantidade de documentos foi reduzida de dez para seis.
No caso dos estudantes de mestrado e doutorado, a resolução publicada hoje estabelece que, não necessariamente, o trabalho autorizado tem de ser vinculado a estágio ou intercâmbio. Para a concessão do visto temporário a essas pessoas – que não é um visto de trabalho –, deverá haver, ainda assim, autorização do Ministério do Trabalho, solicitada por meio do empregador, por meio da apresentação de documentos.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho, nos primeiros três meses de 2013, foram concedidas mais de 15 mil autorizações a estrangeiros – 689 permanentes e 14,3 mil temporárias. Em 2012, foram mais de 73 mil.
Edição: Talita Cavalcante
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil

Propostas legislativas que tornem mais rigorosas as exigências para adoção internacional.

CPI estuda leis mais rigorosas para adoção por estrangeiros

Segundo o presidente da comissão, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), os parlamentares discutem ao menos três propostas

Alex Rodrigues, da
Peter Parks/AFP
Tráfico infantil
Tráfico de pessoas: A principal mudança limitaria a possibilidade de se adotar uma criança e levá-la do Brasil apenas às famílias que vivem em países que assinaram a Convenção de Haia.

Brasília – Após suspeitas de irregularidades em processos de adoção de crianças brasileiras por famílias estrangeiras terem vindo a público, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas, instalada na Câmara dos Deputados, estuda a apresentação de propostas legislativas que tornem mais rigorosas as exigências para adoção internacional.

 

Segundo o presidente da comissão, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), os parlamentares discutem ao menos três propostas. A principal mudança limitaria a possibilidade de se adotar uma criança e levá-la do Brasil apenas às famílias que vivem em países que assinaram a Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, chamada Convenção de Haia.
"Não queremos punir as pessoas que agem de boa fé, pois sabemos que é preciso estimular a adoção, mesmo a adoção internacional, último recurso nesses casos. Mas temos que fechar as lacunas que permitam eventuais irregularidades". Os deputados também querem acabar com a intermediação das adoções por pessoas físicas e garantir que os processos sejam acompanhados integralmente pela Autoridade Central Federal.
Esse organismo, representado no Brasil pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, de acordo com o Decreto 3.174/1999, tem entre outros papéis estabelecer a cooperação internacional brasileira com relação ao tema e credenciar os organismos que atuam em adoção para estrangeiros no território nacional. Todos os países que assinaram a Convenção de Haia devem criar sua autoridade central.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Medicos estrangeiros no Brasil


Médicos vão à luta contra estrangeirosConselho Federal de Medicina recorre à Procuradoria Geral da República para impedir entrada de profissionais de outros países

Estado de Minas
Publicação: 17/05/2013 14:37 Atualização:
O Conselho Federal de Medicina (CFM) entrou ontem com uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) exigindo que os ministros da Educação, Aloizio Mercadante; da Saúde, Alexandre Padilha; e das Relações Exteriores, Antonio Patriota, expliquem a decisão de convocar médicos estrangeiros, principalmente de Cuba, para atuar no país sem a necessidade de validar o diploma. Recentemente, Patriota anunciou que o governo firmou um acordo para trazer 6 mil profissionais cubanos. Padilha e Mercadante, porém, frisam que o objetivo é atrair, prioritariamente, médicos de Portugal e da Espanha. Para o CFM, a decisão de isentar os médicos do exame para comprovar se o profissional está apto a atuar no país põe a saúde da população em risco.

O presidente do conselho, Roberto Luiz d’Ávila, acrescenta que, onde há missões semelhantes, como na Venezuela e na Bolívia, os médicos cubanos desertam e acusam esse países de conivência com as condições de trabalho, que consideram análogas à escravidão. “Essa é a primeira medida que estamos tomando, porque já estamos também preparando outras medidas judicias. Até mesmo uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) se, efetivamente, o governo federal insistir nessa sandice, nessa irresponsabilidade de trazer os médicos sem revalidação de diploma para atender o nosso povo”, frisa d’Ávila.

Ele explica que a preocupação do conselho é a contratação de profissionais sem qualificação comprovada. “Nós não vamos permitir que a população brasileira seja atendida por médicos desqualificados e que não tiveram a sua competência avaliada”, disse. Para exercer medicina no Brasil, os profissionais formados no exterior precisam ser aprovados no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida). Segundo d’Ávila, o conselho não vai aceitar alterações que possam baixar o nível de dificuldade da prova.

Debate Ontem, o ministro da Saúde disse que o governo está disposto a esclarecer os fatos. “Esse debate tem que ser transparente”, disse. Padilha lembrou que ele e Mercadante já falaram sobre o tema no Congresso Nacional. “Estamos absolutamente abertos a fazer esse debate amplo e transparente com toda a população do país”, completou. O ministro também criticou a postura do presidente do CFM de chamar profissionais estrangeiros de pseudomédicos. “Um médico brasileiro que presta o exame nos Estados Unidos e não passa deve ser chamado de pseudomédico? Eu acho que não. Também acho que é arrogante chamar profissionais formados em outros países de pseudomédicos.”

Estudantes estrangeiros podem trabalhar no Brasil em férias acadêmicas

 Estudantes estrangeiros podem trabalhar no Brasil em férias acadêmicas - InfoMoney
Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/carreira/educacao/noticia/2781615/estudantes-estrangeiros-podem-trabalhar-brasil-ferias-academicas

Polícia Federal publica novo cartão para entrada de estrangeiros no Brasil


Polícia Federal publica novo cartão para entrada de estrangeiros no Brasil

Documento estará disponível na internet para impressão antes de viagem.
Objetivo do novo cartão é melhorar o controle migratório.

Do G1, em São Paulo

A Polícia Federal publicou nesta quinta-feira (16) no Diário Oficial da União a definição do novo modelo do Cartão de Entrada e Saída para estrangeiros no Brasil. De acordo com o texto, o novo cartão será utilizado para melhorar o controle migratório no território nacional.
O novo modelo estará disponível no site da Polícia Federal, em um arquivo que poderá ser editado. Deste modo, o estrangeiro poderá preencher antecipadamente o documento e imprimir as duas vias que deverão ser entregues ao controle migratório brasileiro.
De acordo com a Polícia Federal, a empresa responsável pelo transporte dos passageiros deve ser responsável por entregar os cartões aos estrangeiros na entrada e saída do país, menos no caso de passagem pelas fronteiras terrestres – quando a própria PF fornecerá o cartão, caso o estrangeiro não tenha acessado o documento pela internet.
O texto do Diário Oficial afirma que em casos excepcionais, com autorização da Polícia, os responsáveis por eventos oficiais ocorridos no Brasil poderão customizar o cartão, com alterações em um campo reservado, incluindo o nome e o logotipo do evento.
A portaria que institui o novo cartão entra em vigor com a publicação no Diário Oficial.

Governo simplifica processo para estrangeiros trabalharem no Brasil


Governo simplifica processo para estrangeiros trabalharem no Brasil

17/05/2013 - 12h40
Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo facilitou as normas para autorizar estrangeiros a trabalhar no Brasil. De acordo com as regras, publicadas hoje (17) no Diário Oficial da União, o processo de documentação exigido tanto às empresas contratantes quanto aos trabalhadores foi simplificado. Outra medida de estímulo ao recebimento de mão de obra estrangeira é a normatização para a concessão de visto a estudantes de mestrado e doutorado em período de férias, para atividades temporárias (até 90 dias), sem prorrogação.
No caso dos trabalhadores, a simplificação foi feita por meio da aceitação do envio de documentação via internet, desde que garantidas segurança e autenticidade. Esses dados digitalizados serão armazenados na Coordenação Geral de Imigração (CGIg) do Ministério do Trabalho e Emprego. Se o trabalhador em questão vier trabalhar no Brasil por meio do vínculo entre empresas – como grupos ou conglomerados – também são dispensadas uma série de documentos de comprovação do vínculo associativo.
A partir de agora, o trabalhador ainda poderá obter a autorização de trabalho no país ainda que sua remuneração seja inferior à que recebia no país de origem. De acordo com a resolução que disciplinava a autorização de trabalho a estrangeiros até então, isso não era permitido.
Em relação à documentação das empresas, haverá isenção da apresentação, ao Ministério do Trabalho, de termo de responsabilidade por meio do qual assumem quaisquer despesas médicas e hospitalares do estrangeiro contratado. No total, a quantidade de documentos foi reduzida de dez para seis.
No caso dos estudantes de mestrado e doutorado, a resolução publicada hoje estabelece que, não necessariamente, o trabalho autorizado tem de ser vinculado a estágio ou intercâmbio. Para a concessão do visto temporário a essas pessoas – que não é um visto de trabalho –, deverá haver, ainda assim, autorização do Ministério do Trabalho, solicitada por meio do empregador, por meio da apresentação de documentos.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho, nos primeiros três meses de 2013, foram concedidas mais de 15 mil autorizações a estrangeiros – 689 permanentes e 14,3 mil temporárias. Em 2012, foram mais de 73 mil.
Edição: Talita Cavalcante
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil

domingo, 12 de maio de 2013

Tombini: solidez do sistema financeiro atrai bancos estrangeiros

06/05 às 11h41

Tombini: solidez do sistema financeiro atrai bancos estrangeiros

 
A confiança no sistema financeiro nacional contribui para aumentar o interesse de bancos estrangeiros em criar subsidiárias no Brasil e aproveitar as oportunidades de negócios, disse hoje o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. Ele participou da abertura do Seminário Internacional sobre Regimes de Resolução no Sistema Financeiro Brasileiro.
Segundo Tombini, atualmente estão em análise no BC 18 pedidos de instituições estrangeiras de 14 países, interessadas em constituir subsidiária no Brasil. “Some-se a isso a autorização já concedida a oito instituições nos últimos dois anos”, disse.
De acordo com o presidente do BC, o sistema financeiro brasileiro tem elevado nível de capital, de liquidez e de provisão e é resistente a choques. Ele destacou ainda que os bancos estrangeiros interessados no Brasil também confiam no modelo de regulação e nas práticas de supervisão das instituições financeiras adotadas no país.
Além disso, para Tombini, o Brasil é uma “economia com estabilidade macroeconômica e com boa perspectiva de crescimento para os próximos anos”. “Possuímos um setor industrial abrangente, uma agricultura pujante e produtiva, e um setor de serviços em expansão”, acrescentou.
Tombini citou ainda a inclusão social e financeira, “com a expansão da base de clientes bancários e o incremento significativo de todos os tipos de transação financeira”.
“O governo também está empenhado em criar condições para ampliar os investimentos na nossa economia. Já foram adotadas medidas para simplificar o sistema tributário, para reduzir impostos e custos incidentes sobre os investimentos e a produção e para aumentar a produtividade e a competitividade de nossa economia”, ressaltou. O presidente do BC também citou as concessões ao setor privado nos segmentos de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias.
Na avaliação de Tombini, a inclusão social e financeira e os esforços para aumentar a produtividade e a competitividade da economia ampliam as oportunidades de negócio. “Isso se reflete positivamente também no sistema financeiro. Por isso, os bancos já instalados no Brasil estão permanentemente adaptando seus modelos de negócio para atender a essas demandas e aproveitar essas oportunidades”.

BNDES estuda regras mais seguras para atrair investidores estrangeiros

 


08/05/2013 - 14h57
 
Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje (8) que os investimentos estrangeiros de longo prazo, a partir de debêntures, serão a principal via de participação do setor privado nos projetos e obras prioritárias para o país. Segundo ele, o banco está estudando ações para tornar o cenário mais seguro e atrativo para os investidores internacionais.
“Estamos empenhados em fortalecer e criar condições mais seguras para os investidores estrangeiros, principalmente para os tradicionais que não são propensos a correr muitos riscos”, garantiu. Segundo ele, o BNDES já patrocinou mais de 400 projetos de infraestrutura no Brasil “sem dificuldades”. “Estamos analisando cláusulas que protejam o investidor estrangeiro e temos feito interlocução ativa no exterior com investidores interessados. Acho que esse mercado vai ser a grande via de participação do setor. Antes do crédito bancário serão as debêntures”, apostou Coutinho.
As debêntures funcionam como títulos que o setor privado emite. Os papéis representam dívidas de empresas que se comprometem a quitar com juros e prazo definidos, e, com o dinheiro da venda, conseguem financiar obras e projetos. O governo criou uma série de estímulos para atrair o interesse do setor privado. Uma delas foi a isenção do Imposto de Renda para as empresas que aderirem, mas a iniciativa não decolou.
Durante uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado Federal, Coutinho garantiu que o BNDES está preparado para oferecer as taxas e condições que foram anunciadas para alavancar o programa de investimentos em logística no país. Segundo ele, a participação do setor privado é fundamental para que os projetos ganhem as proporções e os resultados esperados.
“Nossa expectativa é que os leilões de rodovias, portos e aeroportos sejam muito disputados, [que] os leilões dos trechos ferroviários atraiam muitos investidores. De nossa parte, ofereceremos financiamento de longo prazo e vamos fortalecer a estrutura de capital dos investidores privados”, acrescentou, destacando que o banco tem mantido essa dupla agenda voltada para o setor.
Coutinho explicou que o BNDES internacional, instalado em Londres, tem essa função entre seus objetivos. Segundo ele, a expectativa é que essa unidade seja usada para captar recursos estrangeiros com taxas mais baixas, gerir ativos de interesse do país e funcionar como fonte de interlocução para atrair investimento principalmente para a área de logística no país. “Esses objetivos mais do que justificam que o banco tenha janela de operação internacional”, avaliou.
Veja aqui a galeria de fotos.
Edição: Juliana Andrade

CFM condenan a possível vinda de médicos estrangeiros para trabalhar no país

O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nota nesta segunda-feira (6) condenando a possível vinda de médicos estrangeiros para trabalhar no país. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou mais cedo que o Brasil negocia com Cuba um acordo para receber cerca de 6 mil médicos daquele país para atendimento em regiões pobres onde a assistência à saúde é deficiente.
O CFM afirmou repudiar "qualquer iniciativa que proporcione a entrada irresponsável de médicos estrangeiros e de brasileiros com diplomas de medicina obtidos no exterior sem sua respectiva revalidação".
O ministros das Relações Exteriores do Brasil,
Antônio Patriota, dá entrevista após encontro com
o colega cubano, Bruno Eduardo Rodríguez Parrilla
(Foto: Wilson Dias/Abr)
Na visão da entidade de classe, medidas como essa ferem a lei e configuram uma "pseudoassistência com maiores riscos para a população e, por isso, além de temporárias, são temerárias por se caracterizarem como programas políticos-eleitorais".
O comunicado afirma ainda que o  CFM e os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) "envidarão todos os esforços possíveis e necessários, inclusive as medidas jurídicas cabíveis, para assegurar o Estado Democrático de Direito no país".
Além de apontar que os médicos estrangeiros, sem a revalidação de seus diplomas no Brasil, não têm uma comprovação de que têm uma formação à altura do necessário, o CFM alega que existem estudos que indicam que esses profissionais, após algum tempo,  tendem a migrar para os grandes centros.
O CFM defende ainda a criação de uma carreira pública para o médico do SUS, com ênfase na atenção primária, para assegurar a presença de profissionais nas áreas remota e nas periferias dos grandes centros.
"O que precisamos é de médicos bem formados, bem preparados, bem avaliados e com estímulo para o trabalho. Tratar a população de maneira desigual é sinal de desconsideração e de desrespeito para com seus direitos de cidadania", conclui a nota do conselho federal.
Visita oficial
Patriota apresentou a ideia de trazer médicos cubanos em entrevista no Palácio do Itamaraty, em Brasília, após encontro com o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Eduardo Rodríguez Parrilla, que faz visita oficial ao Brasil.
“Estamos nos organizando para receber um número maior de médicos aqui, em vista do déficit de profissionais de medicina no Brasil. Trata-se de uma cooperação que tem grande potencial e à qual também atribuímos um valor estratégico”, disse o ministro brasileiro.
De acordo com Patriota, “está se pensando em algo em torno de 6 mil ou pouco mais”. Segundo ele, a negociação também envolve a Organização Panamericana de Saúde (Opas).
O Itamaraty ainda não faz previsão de prazo para a chegada dos médicos cubanos e não se manifestou sobre o registro desses profissionais.
Outra parceria que deve ser estabelecida entre os dois países é na área farmacêutica, na qual Cuba "tem uma clara vantagem comparativa”, afirmou Patriota.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Sul-coreanos terão que sair do Brasil até a próxima semana

Sul-coreanos terão que sair do Brasil até a próxima semana
Publicado em 03/05/2013, às 16h25 
Última atualização em 03/05/2013, às 16h25
Dicler de Mello e Souza
dicler.mello@diariodovale.com.br

Volta Redonda
O delegado da Polícia Federal de Volta Redonda, Elias Escobar, disse hoje (03), que cinco sul-coreanos - e não 15 como foi divulgado anteriormente - detidos por não apresentarem visto de emprego deverão retornar a sua nação de origem até o fim da semana que vem. Eles trabalham na fábrica da Hyundai, em Itatiaia, que na tarde de ontem (02), foi alvo de uma operação da PF para fiscalizar estrangeiros que trabalhavam de forma irregular na fábrica.
A Hyundai Heavy Industries Brasil informou que, os sul-coreanos que foram encaminhados na quinta-feira para a delegacia da Polícia Federal, em Volta Redonda, não eram funcionários diretos da fábrica. Segundo nota da assessoria, eles trabalham em empresas coreanas que prestam serviços à fábrica.
Ainda de acordo com a nota, dois dos estrangeiros que estavam com documentação irregular eram funcionários da empresa Wordspace, um outro, da Amco, e mais dois funcionários, sendo um da empresa coreana Mijin, e o outro, da Youngchan.
A Polícia Federal multou a Hyundai. Os sul-coreanos que possuíam vistos de turistas foram conduzidos à sede Delegacia de Polícia Federal em Volta Redonda  onde foram  multados por estarem exercendo atividades remuneradas. Os valores variaram entre R$ 165,55 e R$ 2.483,25.
Eles também foram notificados do prazo para recurso administrativo (5 dias) e a deixar o país em 08 (oito) dias. Um dos estrangeiros foi autuado por possuir visto para viagem de negócios, ou seja, para representar uma empresa estrangeira no país com fins comerciais, porém, em verdade, prestava servidos como funcionário.
A montadora de equipamentos pesados e outras três empresas foram multadas em  R$ 2.483,25 por manterem estrangeiros trabalhando de maneira irregular. O setor de Comunicação Social da PF do Rio de Janeiro informou, em nota, que "foi importante anotar o efeito educativo e preventivo de reiterações de novos comportamentos semelhantes por parte das empresas autuadas e ou de outras empresas que contratem estrangeiros como funcionários, pois a Polícia Federal sempre atuará nesses casos".
A assessoria da PF também confirmou que o objetivo dos trabalhos dos agentes na Hyundai de Itatiaia foi apurar uma denúncia anônima de que a empresa e outras por ela contratadas, mantivessem funcionários estrangeiros irregularmente.
"Outro aspecto que merece ser ressaltado é o de que a Polícia Federal conta com a colaboração dos cidadãos da região no fornecimento de informações sobre irregularidades como as aqui fiscalizadas, a fim de melhor reprimir tais comportamentos", diz a nota da PF.

Start-up dos estrangeiros no Brasil

São Paulo - Onda Local (Canadá e Eslováquia) – Uma namorada brasileira foi a responsável por convencer Simon Croisetiere a se mudar para São Paulo, em 2009. Mas o canadense de 33 anos já estava de olho em outras características da cultura nacional. “Sabia que havia muitas oportunidades para empreendedores na área de internet”, diz. Há dois anos, Croisetiere conheceu Peter Propper, 29 anos, um eslovaco que buscava novos negócios. Juntos fundaram a OndaLocal, startup especializada em marketing digital para pequenas e médias empresas. “Nosso objetivo é aumentar o número de clientes dessas empresas, ao melhorar seu posicionamento no Google, ajudar a comprar anúncios no Facebook e em classificados online”, diz Croisetiere. A OndaLocal também desenvolve ferramentas, como serviços de métrica para monitorar e-mails e ligações. Lançada em novembro de 2012, a empresa recebeu investimentos do fundo Mountain do Brasil e planeja fechar o ano com 1,5 mil clientes. Fora do escritório, as coisas também parecem dar certo. “Adoro os brasileiros. Na Eslováquia, as pessoas são mais frias”, diz Propper. “Só achei difícil acostumar com a falta de pontualidade. Nada no Brasil começa na hora marcada.”
Itaro (Alemanha) – O alemão Jan Riehle, 34 anos, desembarcou no Brasil em 2011, contratado para intermediar as negociações entre investidores europeus e as operações brasileiras dos sites de e-commerce clickOn e Brandsclub. Quando as empresas foram vendidas, ele decidiu ficar e investir. Escolheu um nicho, o de automóveis, e desde novembro Riehle comanda a Itaro, um serviço de comércio eletrônico de acessórios e peças para carros. O modelo é inspirado em uma fórmula consagrada na Europa, mas a empresa começou a testar alguns novos serviços em São Paulo. “Ao comprar um pneu, por exemplo, o cliente escolhe para qual das 300 oficinas cadastradas ele deve ser enviado e já agenda um horário”, diz Riehle. Seu ambicioso plano de fundar uma empresa bilionária começou bem. A Itaro espera faturar 10 milhões de reais no primeiro ano. “O Brasil valoriza muito os gringos”, afirma Riehle em bom português, mas ainda com forte sotaque. “A penetração da internet está crescendo e o país, mesmo sendo muito grande, possui uma única língua.” Isso é um diferencial importante, segundo Riehle, em relação às centenas de idiomas falados em outros mercados também em expansão, como os de Índia e China. “Vários amigos me perguntam se devem vir para o Brasil. Digo que sim, porque eu, por enquanto, não tenho planos de ir embora.”

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Sophie & Juliete (Liechtenstein) – Fluente em inglês, espanhol, alemão, francês e português, Ronald Beigl não tem problemas quando precisa explicar, em qualquer idioma, porque deixou uma grande empresa internacional de consultoria para trabalhar com joias no Brasil. “Sempre quis empreender e sempre gostei de moda”, diz Beigl. Ao lado da sócia brasileira, Camila Souza, ele comanda, desde 2012, a Sophie & Juliete, uma empresa de venda direta de colares, pulseiras e anéis voltada para mulheres das classes A e B. O conceito é um upgrade do tradicional modelo de catálogos de empresas como Avon e Natura. As revendedoras, chamadas estilistas, organizam reuniões com amigas para apresentar as peças da coleção, mas usam a internet para finalizar a venda e solicitar a entrega das peças na casa das clientes. “Todas as vendedoras possuem uma página no nosso site e ganham uma comissão pelas vendas online”, diz Beigl. Nascido em Liechtenstein, pequeno país de 36 mil habitantes vizinho da Áustria, Beigl veio ao Brasil pela primeira vez em 2004, para um intercâmbio da faculdade. Cinco anos depois, já trabalhando na Suíça, foi enviado temporariamente a São Paulo e não voltou mais. O nome Sophie & Juliete foi escolhido após muita pesquisa. “As grandes marcas de moda têm nomes duplos. Escolhemos Sofia, que significa sabedoria, e Julieta, da história com Romeu”, diz Beigl. Até agora, a combinação deu certo. A empresa atraiu 7 milhões de reais em investimentos e já tem mais de 500 revendedoras em todos os estados do Brasil.
Emprego Ligado (Estados Unidos) – O jeitão de surfista californiano esconde a verdadeira identidade de Nathan Dee. Aos 32 anos, ele tem no currículo várias passagens por escritórios de advocacia em Nova York, onde cabelo comprido e tênis eram vetados. Hoje, em um clima bem mais descontraído, Dee e seus sócios tocam a Emprego Ligado, startup fundada em 2012 para recrutamento de vagas por SMS. “O foco é mão de obra em larga escala, para supermercados e empresas de telemarketing, por exemplo”, diz Dee. O service é gratuito para o candidato, que se cadastral e recebe, por mensagem de texto, notificações de vagas próximas à sua residência. “Viemos para o Brasil porque o momento econômico do país é favorável”, diz Derek Fears que, ao lado de Jacob Rosenbloom, completa o trio de fundadores da startup. Para morar no país, os amigos, que se conheceram na Universidade Stanford, rasparam as economias e colocaram dinheiro suficiente para conseguir um visto de investidor. Em 2012, foram concedidos 8 340 vistos desse tipo pelo governo brasileiro, um aumento de 40% em relação a 2011, com 286 milhões de reais injetados por estrangeiros em empresas no Brasil. Sobre a burocracia para abrir uma startup no país, reclamação de todo empreendedor, Fears diz: “É chato, mas serve como filtro para mostrar quem está realmente interessado no país”.
Pitzi (Estados Unidos) – Em 2010, o americano Daniel Hatkof desembarcou em SãoPaulo. Veio com a missão de entender o mercado e a cultura locais, a pedido de um fundo de investimentos. Não foi preciso muito tempo para que Hatkof, 29 anos, tivesse um insight curioso sobre o mercado brasileiro de telefonia móvel. “Como os celulares são caríssimos, as pessoas parecem ter medo de usá- los”, diz. Pensando nisso, fundou o Pitzi, um serviço de assistência técnica para celulares. Lançado no ano passado em São Paulo, o serviço já chegou a Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Com mensalidades que variam de 5 a 30 reais, a empresa promete consertar qualquer problema de software ou hardware em até três dias. Os aparelhos vão e voltam das oficinas credenciadas levados por motoboys ou Sedex. O único problema não coberto é tela quebrada. “Mas como trabalhamos com os fabricantes, conseguimos cobrar no máximo 75 reais pela troca da tela”, diz Hatkoff. A Pitzi funciona em um casarão reformado perto da Avenida Faria Lima, na Zona Oeste de São Paulo. O local é espaço de trabalho de uma dezena de startups, como a Emprego Ligado. “O clima é ótimo. Decidimos muita coisa jogando pinguepongue”, diz Hatkof. Em breve, a área de lazer deve ganhar TV, videogames e, quem sabe, instrumentos musicais. Antes de se formar em economia, Hatkoff estudou música e, acredite se quiser, tornou-se especialista em oboé.

Brasil deve contratar seis mil médicos cubanos, diz Patriota

                                                                                

Brasil deve contratar seis mil médicos cubanos, diz Patriota

BRASÍLIA - O Brasil negocia a contratação de seis mil médicos cubanos para atender à população em áreas carentes, onde tem sido difícil conseguir atendimento, informou o ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, ao receber para almoço o ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez.
A contratação, que enfrenta resistência das organizações sindicais de médicos no Brasil, deve ser realizada por meio da Organização Panamericana de Saúde (Opas), disse Patriota.
Desde o ano passado, o governo, por meio do Ministério da Saúde, negocia com o Conselho Nacional de Medicina a possibilidade de conceder registros provisórios, com duração em torno de dois anos, para médicos estrangeiros - de países como Cuba, Portugal e Espanha - para trabalhar em áreas isoladas no Brasil.
A medida é defendida como uma forma de reduzir o déficit crônico de médicos no interior e em periferias de grandes cidades, que chega a 146 mil profissionais.
(Sergio Leo | Valor)

Indústria do petróleo leva 50 mil estrangeiros ao Brasil em três anos

Indústria do petróleo leva 50 mil estrangeiros ao Brasil em três anos



Atualizado em  22 de abril, 2013 - 05:21 (Brasília) 08:21 GMT

Funcionário faz manutenção em plataforma de petróleo Foto Agência Petrobras
Setor petrolífero lidera pedido de vistos para estrangeiros no Brasil

O crescimento da indústria petrolífera no Brasil, aquecida com as recentes descobertas de petróleo e gás nos últimos anos, está fazendo com que o Brasil "importe" um número cada vez maior de estrangeiros com alta qualificação para trabalhar no setor.
Um levantamento feito pela BBC Brasil com a Coordenação Geral de Imigração (CGIg), que faz parte do Ministério do Trabalho em Emprego (MTE), mostra que 49.801 profissionais de países como a Grã-Bretanha, Estados Unidos, Noruega, Holanda e França entraram no Brasil entre 2010 e 2012 para trabalhar no setor de petróleo e gás.
O número, que é o mais recente divulgado pelo MTE, coloca o setor petrolífero na liderança da emissão dos vistos para estrangeiros no país, o que representa 25% de todas as permissões de trabalho temporárias e permanentes no período, dentro de uma abrangência de 15 atividades econômicas diferentes.
Em 2011, a atividade petrolífera registrou um boom com a contratação de mais de 23 mil engenheiros e técnicos da área de petróleo e gás, dado que é quase dez vezes maior ao registrado em 2006, quando apenas 2.645 profissionais de outros países entraram no Brasil para atuar em empresas do setor.
Apesar de indicar uma pequena desaceleração, o ano de 2012 viu quase 17 mil permissões de trabalho sendo concedidas nas áreas ligadas ao petróleo (veja gráfico).
Para o superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Paulo Buarque de Macedo Guimarães, o trabalho de estrangeiros na indústria petrolífera brasileira está diretamente ligado à falta de mão de obra brasileira qualificada para atuação no setor.

O que os estrangeiros fazem no Brasil

Infra-estrutura: para a exploração e refino de óleo e gás, atividade que envolve a construção de plataformas de petróleo e sistema de dutos.
Engenharia naval: construção e manutenção de navios de prospecção e transporte de petróleo e gás.
Pesquisa: para identificar os potenciais campos de exploração, com estudos geológicos, por exemplo.
Pré-sal: para ajudar o Brasil a desenvolver tecnologia para perfuração a mais de 2 mil metros de profundidade em camadas de sal.
Fonte: CGIg/MTE

"A demanda por profissionais qualificados no setor petrolífero é um assunto que nos preocupa há muito tempo", disse ele à BBC Brasil.
"O fato de estrangeiros estarem repondo os brasileiros nesse mercado não é bom para a economia."
"Uma empresa chega a pagar, além do salário, mais de US$ 100 mil para manter um profissional estrangeiro e sua família no país. Seria muito mais competitivo contratar um profissional brasileiro, que está criticamente em falta no País", disse Guimarães à BBC Brasil.

Pré-sal

A entrada de estrangeiros para atuarem no setor teve um pico em 2011, quando começaram os diversos projetos da Petrobras para criar a infraestrutura para exploração do chamado pré-sal, porção do subsolo que se encontra sob uma camada salina situada alguns quilômetros abaixo do leito do mar.
A assessoria da Petrobras confirmou à BBC Brasil que prevê investimentos de US$ 53,4 bilhões no pré-sal para o período entre 2011 e 2015. Somente nas áreas de cessão onerosa (áreas que o governo concedeu à Petrobras – Lei 12.276/2010) serão investidos US$ 12,4 bilhões.
Com isso, a participação do pré-sal na produção brasileira de petróleo deve passar dos atuais 2% em 2011 (dado mais recente disponível) para 18% em 2015 e para 40,5% em 2020.
Foto Agência Petrobras
Navio em testes antes de seguir para bacias do pré-sal
Apesar de liderar a demanda por profissionais estrangeiros da área petrolífera, a Petrobras não contrata diretamente estes profissionais.De acordo com a legislação brasileira, que rege a estatal, não é permitida a participação de estrangeiros nos processos seletivos públicos da empresa. Somente brasileiros ou portugueses que tenham adquirido o direito de morar e viver no Brasil participam dos concursos.
A Petrobras terceiriza a contratação de profissionais estrangeiros. Estes trabalham para empresas brasileiras ou estrangeiras.
O engenheiro francês Guillaume Pringuay, que trabalha para a multinacional Technip, é um dos estrangeiros que está ajudando o Brasil a desenvolver a tecnologia para exploração petrolífera em bacias de grande profundidade, em parceria com a Petrobras.
Entre os anos de 2009 e 2012, ele trabalhou especificamente com projetos para familiarizar engenheiros brasileiros com a tecnologia para operações em águas profundas.
"Fizemos um trabalho muito grande de troca de experiências com os brasileiros. Os engenheiros no Brasil ganharam excelente experiência nos últimos anos, mas infelizmente eles ainda são poucos para a grande demanda da exploração em grande profundidade", disse Pringuay em entrevista à BBC Brasil.
Foto Technip
Guillaume Pringuay, engenheiro francês no Brasil
Para ele, os desafios da prospecção de petróleo em profundidades acima de 2 mil metros ainda vai exigir que o Brasil continue trazendo profissionais estrangeiros nos próximos anos.
"Ainda haverá, por algum tempo, a necessidade do Brasil trazer engenheiros do exterior para suprir a demanda da exploração de águas profundas. Já habilitamos a tecnologia para prospecção em até 2.500 metros de profundidade no Brasil, mas ainda precisamos de mais gente trabalhando nisso", explicou o engenheiro francês.
Os especialistas em recursos humanos confirmam a tendência de mais contratações de estrangeiros na área petrolífera do Brasil.
"Na área naval, por exemplo, vemos muitos profissionais da Filipinas e até de países nórdicos (trabalhando no Brasil)", disse a BBC Brasil Agilson Valle, diretor da Talent Boutique, uma consultoria de RH especializada na busca de profissionais que queiram trabalhar na América Latina.
"Começamos a ver também muitos profissionais de outros países produtores na América Latina, como Colômbia, Venezuela e México. Mas nesse setor os profissionais ficam por menos tempo no país ou em contratos de rotação."
Colaborou Camilla Costa, da BBC Brasil em Londres

Governo quer trazer 6 milhões de estrangeiros para trabalhar no Brasil

Governo quer trazer 6 milhões de estrangeiros para trabalhar no Brasil
22 de abril de 2013 •
Camilla Costa
 

Uma nova estratégia de "atração de cérebros" poderá trazer cerca de 6 milhões de profissionais estrangeiros para o Brasil nos próximos anos, segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) do governo.


Com o auxílio de grupos de especialistas e consultorias de mercado, a secretaria quer desenvolver uma política de atração de profissionais - o número, no entanto, não inclui imigrantes de baixa qualificação e, sim, profissionais altamente qualificados que possam atender a demanda atual da economia brasileira.


"Ainda não é uma proposta fechada do governo, mas é a nossa meta atual", disse o ministro-chefe interino da SAE Marcelo Neri à BBC Brasil. "Imigrantes qualificados são o foco do esforço. Não é uma política geral de imigração, é uma estratégia de atração de cérebros."


Neri afirmou que a estimativa de 6 milhões foi feita depois de levantamentos de uma comissão de especialistas e de pesquisas com as empresas e o público em geral.


Segundo Neri, o Brasil é um dos países com a menor proporção de imigrantes na população, o que reflete "um fechamento do País ao fluxo de pessoas". Os estrangeiros representam hoje 0,2% da população. Com a adição de seis milhões nos próximos anos, este percentual subiria para cerca de 3%.


Para Neri, esse "fechamento" deve ser revertido para responder à demanda crescente por profissionais altamente qualificados, especialmente na áreas de engenharia e saúde.


Mas sindicatos nacionais temem que trazer mão de obra de fora prejudique a força de trabalho doméstica - que, de acordo com eles, é suficiente em termos numéricos, mas precisa de valorização e melhor qualificação.


Neri afirma que a nova estratégia "leva em conta a necessidade atual de mão de obra qualificada, mas mantém o cuidado com o trabalhador brasileiro".


"Não é uma abertura de porteira. Trazer profissionais altamente qualificados cria associações mais fortes, cria mais massa crítica, se aprende muito com outros profissionais."


'Apagão de mão de obra'
A expressão "apagão de mão de obra" é usada com frequência por analistas de mercado nos últimos anos para se referir a uma suposta escassez de profissionais altamente qualificados no Brasil.


De acordo com a Pesquisa de Escassez de Talentos 2012 da consultoria internacional Manpower Group, o Brasil é o segundo país do mundo em dificuldade para preencher vagas, atrás apenas do Japão. A falta de candidatos disponíveis e a falta de especialização são apontadas por empresários como as duas principais razões do problema.


Mas, em 2011, um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) negou a existência de um "apagão" no topo da pirâmide de profissionais brasileiros.


"O verdadeiro apagão de mão de obra está na base, na mão de obra pouco qualificada, que é onde os salários estão subindo mais", diz o ministro Marcelo Neri, que é também o presidente do Ipea.


O ministro, no entanto, afirma que nos últimos anos algumas áreas de especialidade começaram a dar sinais de que a oferta de profissionais domésticos não seria suficiente para atender ao mercado em crescimento do País.


"(Entre os profissionais qualificados) você não tem um apagão completo, mas você tem áreas mais sombreadas do que outras. O fato é que o mercado de trabalho em 2012 e 2013 se aproxima do que se pode chamar de um apagão. A luz ficou mais fraca."


Um levantamento da Brasil Investimentos e Negócios (Brain) - consultoria que realiza pesquisas sobre a inserção do Brasil no mercado internacional e colabora com a SAE - afirma que medicina, engenharia civil, engenharia química e arquitetura são éreas em que o País precisa de mais profissionais do que os disponíveis.


"Independentemente da política realizada para a educação, não vamos ter resultados imediados. O resultado de políticas públicas acontece em duas ou três gerações", diz André Luiz Sacconato, analista da Brain.


"Existe um buraco entre os resultados de políticas e o que o Brasil necessita hoje. Os imigrantes viriam para suprir essa lacuna."


Outro benefício, de acordo com a Brain, são os empregos criados a partir da importação de profissionais. Cada profissional estrangeiro empregado no Brasil poderia gerar entre 1,3 e 4,6 empregos para brasileiros.


"Temos claramente obras paradas porque não tem engenheiro civil. Quando se coloca um engenheiro civil lá, se gera emprego para mestres de obras e outros. Isso é bom para a economia", afirma Sacconato. "É algo complicado, vai mexer com sindicatos e associações de classe. Mas não queremos tirar o emprego de ninguém, são empregos complementares."


Discordâncias
Atualmente, segundo o Ministério do Trabalho e consultorias, a maior parte dos estrangeiros que obtém o visto de trabalho brasileiro são profissionais qualificados para as indústrias de extração de petróleo e construção civil - especialmente obras de infraestrutura.
Mas o presidente da Federação Nacional dos Engenheiros, Murilo Pinheiro, questiona que haja falta de engenheiros locais para atender à demanda.


"A demanda por profissionais nessas áreas realmente aumentou, mas não está faltando. Se for preciso trazer um engenheiro de uma matéria que não existe aqui, (a importação) é de fato interessante, mas não entendo a necessidade de trazer amplamente engenheiros civis", disse Pinheiro à BBC Brasil.


O presidente da Federação Nacional dos Arquitetos, Jeferson Salazar, afirma que apesar da demanda, o setor público não absorve a quantidade de profissionais que chegam ao mercado a cada ano - cerca de 7 mil.


"Nos últimos 25 anos, o número de escolas no Brasil cresceu 6 vezes. A quantidade de jovens arquitetos com subemprego ou desempregados no País é imensa e o governo não tem nenhum plano para utilizar esse exército de mão de obra", disse à BBC Brasil.


"Sou a favor da vinda de alguns profissionais qualificados que possam contribuir com o desenvolvimento da arquitetura no Brasil. Esses profissionais serão bem-vindos se trouxerem contribuições."


A medicina, segundo Marcelo Neri, é a área que mais se enquadra na ideia de um apagão de mão de obra, a julgar pelos indicadores de mercado.


Entretanto, o presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira, afirma que o número atual de profissionais no Brasil - cerca de 1,9 médico para cada mil pessoas - é capaz de atender o mercado nacional, na condição de que sejam criadas melhores estratégias de distribuição de profissionais e planos de carreira no setor público.


"A presidente está fazendo o planejamento estratégico de elevar o número para 2,4 médicos para mil habitantes. Realmente, para atingir isso hoje, faltam médicos. Mas se o planejamento é para atingir essa meta em 2020, nossa avaliação é diferente da do governo, que trabalha com a ideia de que teríamos que importar médicos", disse Ferreira à BBC Brasil.


"Com o lançamento de 17 mil médicos por ano no mercado, acreditamos que teríamos isso, sim. O que precisamos é melhorar a atratividade do setor público no Brasil para mantê-los lá. Injetar profissionais não vai necessariamente resolver os problemas", disse à BBC Brasil.


Campanhas para atrair médicos estrangeiros para o setor público já existem em diversos Estados brasileiros.


Visto rápido e mais seleção
A estratégia mais bem cotada pela SAE para atrair profissionais para o Brasil é a adoção do sistema de pontos, utilizado por países como Austrália, Canadá e Grã-Bretanha.


O sistema confere quantidades diferentes de pontos às respostas do potencial imigrante em um questionário.


André Luiz Sacconato, analista da Brain, diz que o sistema pode ser uma opção beneficie empresas e proteja o trabalhador brasileiro de uma "invasão" de profissionais.


"Ele limita a entrada ao que se precisa, já que você pode dar poucos pontos para determinadas profissões, idades ou experiências que não são desejadas pelo país", defende.


O ministro Marcelo Neri diz que a SAE não cogita criar uma lista de profissionais em demanda, que também é utilizado por estes países juntamente com o sistema de pontos.


Atualmente, os vistos de trabalho para o Brasil são vinculados à contratação por uma empresa no país. Em 2012, mais de 73 mil vistos foram emitidos.


Agilizar o processo de obtenção do visto é um dos pilares da estratégia da SAE. De acordo com a Brain, o processo brasileiro requer 19 documentos diferentes - são 8 no Canadá, 12 na Grã-Bretanha e 13 na Austrália.


A espera para a emissão do visto brasileiro também é uma das maiores - são 45 dias em média, contra 15 dias na Grã-Bretanha e 21 dias na Austrália.

BBC Brasil